EJA
E, ainda tem a falta de motivação por parte dos alunos, pois, com a idade mais avançada, muitos já têm família, no turno da noite já estão cansados pois trabalham o dia inteiro, muitas vezes o acesso à escola não é tão fácil e suas prioridades são outras, como: saúde, moradia, emprego, alimentação, entre outras coisas. Sendo assim, o estudo fica, não por vontade própria, mas por necessidade mesmo, em último plano, fazendo com que a evasão escolar nesta modalidade de ensino seja muito grande.
E, ainda falando da falta de estrutura e o despreparo da maioria dos professores que trabalham com a EJA, esta semana tive um exemplo \"vivo\" de como isto acontece. Na minha escola à noite, funcionam duas turmas do Brasil Alfabetizando. Pois bem, uma das professoras esteve um dia desses, pela manhã, para conversar com minha colega que trabalha durante o dia na mesma sala. Ela foi para conversar sobre o material didático que está disponível na sala. Perguntou se ela poderia usá-lo também, pois ela não dispõe de nada. Fiquei pasma ao ouvir ela contar da sua dificuldade em sala de aula, pois disse não saber como ensinar os alunos, visto que não tem magistério, nem um outro curso qualquer na área de educação. Perguntamos como ela foi parar lá e ela disse que se inscreveu para ter uma renda a mais, visto que ela trabalha em um escritório de dia e que eles só exigiam ter o ensino médio. Ela disse que estava apavorada, porque achou que só teria que aplicar planos prontos, que não teria que preparar aulas. Daí, fico pensando: Como podem colocar alguém para trabalhar com alunos, sem ter uma formação específica?Apesar disto, esta professora, mostrou-se extremamente dedicada e preocupada com os seus alunos. Pediu ajuda e idéias e disse estar, apesar de tudo, maravilhada com o trabalho, pois seus alunos são dedicados e querem muito aprender.
Um comentário:
Olá Carmen:
Que evidência!!! Como seria bom se o que aconteceu com a professora da tua escola fosse apenas uma exceção. Conforta um pouco, pelo menos, o fato de que ela conseguiu expor as suas dificuldades e com isto pedir socorro. Mas será mesmo esta a realidade, colocada no texto, que se encontra em todas as escolas que oferecem EJA?
Abraço.
Celi
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